19 de fevereiro de 2012
9:30 h
Sevilha
42 km e 195 metros
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Ontem participei na 28ª Maratona de Sevilha, uma prova com uma organização magnífica.
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Toda a envolvência da organização desta Maratona no apoio aos atletas, foi para mim uma surpresa, nunca tinha sentido tanto apoio numa prova.
Desde a entrega dos dorsais, à feira do corredor com preços convidativos (ténis com descontos de 40% e 50%), à pasta party (comida de hidratos), à Fiesta da clausura (com almoço), a um sorteio final.
Esta Maratona tinha um percurso totalmente plano as subidas que existiam eram de inclinação tão suave que nem se faziam sentir, tinha era rectas de perder de vista que tornavam a corrida monótona para corredores lentos como é o meu caso.
Muita gente nas ruas a apoiar, os últimos eram apoiados como os primeiros, extraordinário ( fuerza campeón e outras frases de apoio) desde crianças, homens mulheres e pessoas de idade, todos apoiavam os atletas que iam passando.
Abastecimentos foram tantos, penso que eram a cada 3 km, com laranjas, água e copos com uma bebida que deduzo ser isotónica. Para mim a única falha desta impecável organização foi o não haver uns abastecimentos sólidos, de barras de cereais, cubos de marmelada e bananas.
No final a cada atleta chegado era-lhe colocada nos ombros uma toalha como mais uma demontração do carinho no acolhimento e como oferta, que servia também para os atletas se limparem, depois do banho que podiam tomar nos balneários do estádio.
Ofereceram uma camisola de alças, uns calções, umas meias, um medalhão, barra de chocolate, pacote de pistachos, água, lata com uma bebida aquarius(?) e várias revistas de corridas.
Do meu desempenho, nos primeiros 20 km corri num ritmo mais baixo do que normalmente corro, sempre com o receio da segunda parte da prova, ( ainda não me adaptei bem a esta distância) como não tinha o Garmin (avariou) ía controlando mentalmente o ritmo pela passagem dos km.
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A segunda parte da prova veio a revelar-se fatídica, devido ao erro grave que cometi no meu abastecimento durante todo o percurso, não ingeri nenhum sólido, nem repus os "açucares" necessários para aguentar a longa distância desta corrida e porquê ? perguntarão alguns.
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A segunda parte da prova veio a revelar-se fatídica, devido ao erro grave que cometi no meu abastecimento durante todo o percurso, não ingeri nenhum sólido, nem repus os "açucares" necessários para aguentar a longa distância desta corrida e porquê ? perguntarão alguns.
Primeiro por alguma inexperiência nestas corridas de longa distância e segundo porque pensei tal como na Maratona de Lisboa que haveria nos abastecimentos ao longo do percurso, barras de cereais, bananas e cubos de marmelada, mas não houve e tive de correr sem qualquer reposição dos "açucares" o que se veio a refletir no meu estado físico nos últimos 12 km, grande dificuldade para correr, corri sempre em sofrimento, sem estar cansado o aparelho locomotor não respondia.
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Nas provas de longas distâncias, como a Maratona, é muito comum nos depararmos com atletas que, durante boa parte do percurso, correm com viva satisfação, muita disposição e entusiasmo, até acenando para o público. Parece que não sentem o calor, as passadas são seguras, o ritmo é constante mas, repentinamente, quase que sem explicação, os braços tornam-se pesados e as pernas movem-se com dificuldade; a musculatura se contrai dolorosamente, o ritmo diminui drasticamente e cada passo a mais transforma-se num suplício que parece não haver mais fim.
Esta situação, que ocorre freqüentemente entre os corredores de longas distâncias, é um fenômeno fisiológico conhecido pelos maratonistas como "barreira dos 30 km".
O termo "barreira" é adequado a esse momento, tamanho é o impacto provocado nos atletas, que esbarram num obstáculo quase que intransponível.
O que determina o surgimento dessa "barreira" é a duração do esforço (longo tempo para terminar a prova) e a intensidade do mesmo (ritmo muito forte), além das condições atmosféricas.
Portanto, as razões para o surgimento da "barreira" podem ser provocadas por três motivos distintos: a falta de glicose circulante, a falta de glicogênio muscular e o superaquecimento do organismo.
No primeiro caso, os atletas são atingidos após 2-3 horas de corrida, quando a glicose circulante na corrente sangüínea vai sendo consumida pelos músculos para obtenção de energia. Isso provoca uma hipoglicemia, ou seja, uma diminuição da quantidade de glicose circulante, falta "combustível" e o atleta é obrigado a diminuir a velocidade e, na maioria da vezes, abandonar a competição.
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Os atletas mais lentos são os mais atingidos pela hipoglicemia, pois ainda não possuem um nível adequado de preparação que lhes permitem grandes desempenhos em provas de longa duração, levando horas para terminarem a prova e, quanto mais demoram, maiores as dificuldades. Podem até ir longe, mas sofrerão grandemente os efeitos da falta de glicose.
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Retirado do site http://www.copacabanarunners.net/tbarreira.html
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Retirado do site http://www.copacabanarunners.net/tbarreira.html
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Faltava 1 km para o fim e um elemento da organização disse-me que teria de me apressar pois a meta encerrava dentro de 8 minutos, com um grande esforço mais mental do que físico lá consegui atravessar a meta e concluir mais uma maratona esta muito sofrida.
Ilações a retirar desta aventura ninguém é forte o suficiente como eu pensei que seria e que aguentaria toda a maratona sem repor os "açucares". Na fila para o almoço com o Sol quente a incidir na cabeça durante alguns minutos, o muito calor, tive uma quebra de tensão, penso que derivado à tal falta de "açucares", (mesmo depois de receber um saco onde havia um chocolate não o comi) em que tive de me sentar no chão, pois sentia tudo a andar à roda, estava mal disposto e cheio de "suores", mas depois deram-me a beber um iogurte e lá recuperei, almoçando em seguida, voltando tudo ao normal.
Todos os atletas que viajaram comigo que assistiram a este "quase desmaio" foram unânimes em referirem que esta quebra se ficou a dever a não me ter abastecido durante a corrida com alimentos muito doces (marmelada, ou açucar, ou gel....).
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Fiz a descrição pormenorizada desta situação, para servir de lição ou exemplo (mau exemplo) a quem ler este texto e pretenda participar numa Maratona.
Uma situação engraçada nestas provas de longa distância são o tipo de pessoas que se vai encontrando durante a o tempo que demora a corrida uma miscelânea de nacionalidades de idades, de atitudes, de formas encarar a corrida e outras.
Alguns atletas sentados junto das muitas ambulâncias que existiam no percurso, um desmaiou nos balneários.
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Estava algum calor ao meio dia.
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Alguns atletas sentados junto das muitas ambulâncias que existiam no percurso, um desmaiou nos balneários.
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Estava algum calor ao meio dia.
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O que menos interessa para mim, neste momento são os tempos interessa-me sim em participar e dizer eu estive lá e concluí mais uma Maratona, fico feliz só com isto.
Dizia um amigo, fazes parte de um restrito número de Portugueses que correram duas Maratonas e se lhe acrescentarmos com mais de 50 anos ainda reduz mais esse número.
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Dizia um amigo, fazes parte de um restrito número de Portugueses que correram duas Maratonas e se lhe acrescentarmos com mais de 50 anos ainda reduz mais esse número.
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Tempo na meia maratona: 2 horas e 17 minutos
Tempo final: 4 horas e 58 minutos
Ficaram sem classificação muitos atletas, entre 100 a 200, por não terem conseguido entrar dentro do limite programado, não acho muito correcto depois de terem corrido tão longa distância não serem incluídos na classificação, mas são as normas.
Desloquei-me a Sevilha numa viagem (com alojamento) organizada pela Associação o Mundo da Corrida em que correu muito bem toda a logística em redor desta deslocação. Não conhecia os elementos desta Associação, assim como a maioria das pessoas que compunham este grupo, tive um grande prazer em os ter conhecido.
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Próxima Maratona prevista: Maratona do Porto em 28 de outubro
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Desloquei-me a Sevilha numa viagem (com alojamento) organizada pela Associação o Mundo da Corrida em que correu muito bem toda a logística em redor desta deslocação. Não conhecia os elementos desta Associação, assim como a maioria das pessoas que compunham este grupo, tive um grande prazer em os ter conhecido.
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Próxima Maratona prevista: Maratona do Porto em 28 de outubro
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AS IMAGENS
Entrega dos dorsais
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Levantamento das camisolas, calções e meias
Os troféus
Na fila para a pasta party
A pasta party
"Os hidratos de carbono"
O passeio por Sevilha
(uma cidade viva, gostei)
8:30 h a caminho do Estádio Olímpico
(muito frio)
No interior do Estádio Olímpico de Sevilha
( com a habitual banana :):))
A partida
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Aos 4 km
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A música na meta
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Os portugueses a apoiarem
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A caminho da meta
(com uma lágrima ao canto do olho, por mais uma Maratona concluída)
(com uma lágrima ao canto do olho, por mais uma Maratona concluída)
O vídeo da partida e outros
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Até amanhã
Brutal, em todos os aspectos. Parabéns!
ResponderEliminarFiquei com vontade de ter um experiência destas, quem sabe no próximo ano. ;)
Parabéns amigo por mais esta conquista! Abraço
ResponderEliminarParabéns por mais esta!
ResponderEliminarE obrigado pelos preciosos conselhos que li e espero não esquecer em Dezembro quando me estrear nesta distância
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ResponderEliminarLopes
ResponderEliminarSão esses os tais erros que por muitos anos que a gente por aqui ande de vez em quando... Falha.
Aconteceu-te em Sevilha, aconteceu-me em Sicó e Alqueva.
Os açucares como o sal é essencial. Depois do que me aconteceu nessas duas provas, não faltará a barrinha de cereais e a 'minha' limonada. Tem que ser.
O desgaste é muito e se para alguns que fazem uma maratona em 3 horas a questão muitas vezes não se coloca, para nós, os menos rápidos, é e será sempre uma situação a ter em conta.
Sofreste para lá chegar, mas concluiste dentro do prazo estipulado, essa medalha tem outro sabor.
Parabéns!
Para mim os valentes são aqueles que nunca se dão por vencidos, nem que seja à custa de muito sacrifício e o José Lopes foi um deles! Um abraço!
ResponderEliminarCompanheiro
ResponderEliminaro que conta é que levas duas maratonas corridas, esta custou mais que Lisboa mas aquele público maravolhoso valeu bem a pena.
Boa recuperação.
Abraço.
Olá José Lopes;
ResponderEliminarE já lá vão 2...!!, eu também e já estou a preparar a minha 3a...!
A falta de experiência leva-nos a cometer alguns erros, mas é com eles que aprendemos.
Foi sofrido mas conseguido!
Parabéns....boa recuperação..fuerza campeon!!
Um abraço
dos Xavier's
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ResponderEliminarAmigo Maratonista
ResponderEliminarTerminar a Maratona é o mais importante para todos nós. As minhas primeiras 3 sei bem como as terminei, aprendi e agora é um prazer enfrentar a distância.
Agradeço-lhe o apoio e felicitação em Sevilha, ainda o procurei para conversarmos um pouco mas já não o vi.
Agora é recuperar e lá estaremos na Maratona do Porto.
Grande José, a humildade também faz um campeão, por aquilo que faz e registando aquilo que devia fazer e não fez. Fazer a Maratona é como quem anda na escola, sempre a aprender e sempre a aplicar na seguinte aquilo que esteve manos bem na anterior. Depois desta, a 2ª, tudo vai correr muito melhor na próxima, se for no Porto lá estaremos de novo. Abraço
ResponderEliminarcaro zé,
ResponderEliminarconseguiste e isso é o que conta. fica a experiência em prova e a vivência dos dias bem passados.
agora é recuperar e pensar na próxima.
abraço e até breve.
José gostaria também por felicitá-lo, afinal na maratona o mais importante é mesmo terminar essa distância histórica. E como qualquer processo de aprendizagem cometemos erros, são por vezes duros mas necessários para dar conhecimento. Agradeço também o seu relato é muito importante para mim, que aponto a minha estreia precisamente para a do Porto, e terei imenso prazer poder cumprimentá-lo. Desejo-lhe boa continuação.
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